Resenha : Cidade dos Deuses - Evanice Maria Pereira.

11 dezembro 2013


Autora: Evanice Maria Pereira
Editora: Butterfly
ISBN: 9788588477926
Ano: 2011
Páginas: 336
Adicione o livro no Orelha de Livro.


Sinopse:

Chandra, o príncipe de Naripura, recusa-se a adorar uma deusa de pedra. Alheio ao jogo de interesses que cerca o trono, ele entrega-se a um amor impossível. Kadine, a eleita do seu coração, não é filha da nobreza. Guiado por um amigo invisível, o príncipe mergulha nos mistérios do Além. No horizonte, nuvens negras rondam a Cidade dos Deuses em prenúncio de uma tragédia...


"Somente quando uma alma em conflito encontra o seu almejado tesouro é que ela se sublima em serena quietação,qual sede desesperadora,rendendo-se à persuasiva delicadeza de um gole d'água."
Devo confessar que li este livro por engano. Quando o solicitei em parceria com a editora, imaginei que o livro fosse sobrenatural com um contexto histórico, já que se passa muito antes de Cristo e relata o cotidiano do povo Hindu e suas tradições. Mas não tinha como estar mais enganada, é quase um livro espirita, fala sobre os ensinamentos de Deus, como o bem sempre vence o mal, o poder da oração e coisas do tipo... e eu aqui, esperando guerras, sangue e muita mitologia...
Bom, mesmo não sendo o tema esperado, não foi tempo perdido, o livro é bem interessante, com muito ensinamentos, que fazem o leitor refletir sobre a própria vida.
A historia é narrada pelo ponto de vista de Chandra, o  príncipe de Naripura e o filho primogênito de Viasa, o Rei.Todos em Naripura são devotos de Nari, a deusa protetora da cidade, a quem todos prestam homenagens quase que diariamente.  Nura é o sacerdote, e é através dele que Nari transmite seus ensinamentos, por sonhos. Nura previu que o segundo filho do Rei Viasa seria santo, um enviado da própria deusa, mas foi Chandra quem previu a gravides de sua mãe Madri. Desde de muito pequeno Chandra é acompanhado por um Amigo de luz, uma voz que conversa com ele e o conforta em momentos difíceis.Além de seu Amigo invisível, o garoto sempre teve visões de acontecimentos futuros que acabavam sempre por acontecer. Como era de se esperar de uma criança ingenua, Chandra contava aos pais sobre suas premonições, que relatavam tudo a Nura, que logo concluiu que o garoto estava sendo atormentado por demônios.
""O Amigo",como o chamava, era um vulto luminoso que, após brisa agradável e perfumada,surgia muito ligeiramente por entre as árvores do bosque, nos ambientes do palácio,nos jardins,onde quer que fosse.O Amigo falava-lhe sobre acontecimentos;por vezes,podia ouvir sua terna voz com nitidez.Suas palavras soavam como o suave bater das asas de uma borboleta,bem perto do ouvido.Suas aparições eram espontâneas.Mostrava-se sempre calmo,cuidadoso e gentil. Era um grande amigo."
Com o passar do tempo e repreensão de Nura, o garoto aprendeu que não deveria relatar suas visões, muito menos falar sobre seu Amigo invisível. Mas Chandra sempre teve dificuldade em adorar uma deusa de pedra, uma entidade que exigia lugares e modos diferente para adora-la, assim como rituais.Ele sempre acreditou em um Deus maior,que criou tudo e todos, e que esta sempre presente e não exige e nem impõem-se aos homens.E apesar de reprimir o seu dom, malvisto por todos, ele sempre teve a certeza de que seu Amigo de luz era um espirito bondoso que o auxiliava.
Chandra também cresceu com algumas certezas, uma delas é de que não seria rei, apesar de ser o primogênito.
Viasa, um rei bondoso e justo, sempre permitiu que os filhos convivessem com os súditos e o instruiu a trata-los como iguais, indiferente de suas castas. Tanto que Chandra acabou por se apaixonar perdidamente por Kadine, uma linda  e bondoza camponesa.
"A realidade é que nunca ,por mais que quisesse, consegui achar alguma diferença de um rei para um súdito.Ambos são sujeitos a fome,a dor, a tristeza ,a alegria e, até mesmo, a morte. Acreditar que um príncipe se distingue de um camponês ,apenas em razão de suas conquistas materiais, não me parece digno de ser levado a sério. Um palácio, vestes luxuosas,jóias,riquezas, não fazem nenhum de nós melhor do que outras pessoas."
Tudo parecia bem, no aniversário de 21 anos de  Chandra o noivado com sua escolhida seria anunciado e no mês seguinte,o casamento se realizaria, tal como o príncipe desejava. Mas foi durante a festa que o Palácio foi invadido pelas tropas de Pandya, um reino vizinho e inimigo.

A leitura deste livro é um grande aprendizado para todos, ele transmite ensinamentos  sobre amor, amizade ,lealdade, e acima de tudo fé. Seria ótimo se mais pessoas pudessem ter acesso a essa obra.
Devo confessar que apesar de ter gostado bastante, este livro não é uma leitura leve, pelo fato de não ter muita ação e uma trama ativa, e ser escrito de uma forma mais rebuscada.
Inicialmente a historia flui bem fácil, mas da metade para  fim, a leitura se torna massante, pois a autora foca apenas na parte religiosa, e para quem não é acostumado com o estilo, é fácil desistir. Mas como eu disse, este não é um livro para ser devorado, você precisa de tempo para digerir e refletir sobre cada capitulo. Com certeza, depois que você ler este livro, sua visão sobre o mundo e as pessoas vai mudar, principalmente sobre como suas atitudes refletem nos outros e de como o perdão é um ato divino.

Mas vamos falar um pouquinho sobre o trabalho da editora. OMG! A editora Butterfly me surpreende a cada dia, seja com o capricho nas revisões ou com as capas maravilhosas. Mas o que me deixa realmente de queixo caído é a diagramação, os livros são enfeitados, as divisões de capítulos e as paginas iniciais são verdadeiras obras primas, o livro te ganha só pelo visual fantástico.
Enfim, eu realmente recomendo a leitura, é um bom livro para refletir.

                       "Deus nos dá a chave da vida ; importa que abramos os portais."

Sobre a autora:



Evanice Maria Pereira, profissional da área de comunicação e marketing,é colaboradora do Grupo de Estudos Espiritas Maria de Nazaré,sediado no jardim Piratininga em Osasco. Em 1990, no Instituto Espirita Obreiros do Bem,iniciou os estudos das obras basicas de Allan Kardec.




6 comentários:

  1. Oiee ^^
    Olhando a capa parece mesmo que o livro tem guerras, mortes etc... Quase não me engano também...
    Não sou de ler livros espiritas, na verdade é o único gênero literário que eu não gosto e não leio de jeito nenhum, então acho que nunca leria esse *-*
    MilkMilks
    DM
    http://shakedepalavras.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  2. Acho que me apaixonei pela história que você resenhou. rsrsrs Não esperava tanto deste livro e fiquei agradavelmente feliz, por ser tão bom assim. Ansiosa pra ler e me deleitar neste lindo romance. Beijos.

    ResponderExcluir
  3. Embora minha família seja espírita, nunca me interessei em ler livros do gênero. A capa realmente remete a uma história diferente a primeira vista mas talvez, após a leitura, ela se torna um pouco mais clara. A história parece ser interessante, gostei bastante dos quotes, principalmente desse trecho "A realidade é que nunca, por mais que quisesse, consegui achar alguma diferença de um rei para um súdito. Ambos são sujeitos a fome,a dor, a tristeza, a alegria e, até mesmo, a morte. Acreditar que um príncipe se distingue de um camponês, apenas em razão de suas conquistas materiais, não me parece digno de ser levado a sério. Um palácio, vestes luxuosas, jóias, riquezas, não fazem nenhum de nós melhor do que outras pessoas." Achei magnifico.

    http://umadosemaisforte.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Gosto de livros assim, que nos fazem refletir sobre a vida, mudama um pouco nossa visão sobre o mundo. Isso aconteceu quando li "Quem é você, Alasca? - , do John Green". Acho importante ler livros assim, não somente engraçados e etc.

    Beijos
    Ana

    ResponderExcluir
  5. Não me interessei pelo livro, creio que não é um tipo de leitura que gosto!
    Pela capa, realmente a ideia que se te do livro é totalmente diferente!

    ResponderExcluir
  6. Nunca tinha ouvido falar deste livro, mais me interessei pela história, ela já está na minha lista de livros de 2014. Espero poder lê-lo em breve.

    ResponderExcluir