Resenha: O Órfão de Hitler - Paul Dowswell

24 abril 2017


Edição: 1
Editora: Planeta do Brasil
ISBN: 9788542207989
Ano: 2016
Páginas: 272


Livro cedido em parceria com a editora
Sinopse: Piotr é um menino polonês quando os nazistas invadem seu país e matam seus pais. Seu destino parece traçado: viver num orfanato, sendo depois oferecido para trabalho escravo. Mas seus olhos azuis, seu cabelo loiro e sua pele clara fazem dele um exemplo da raça pura, um modelo para a Juventude Hitlerista. Então, os alemães o entregam a uma família nazista. Só que Piotr, que nunca deixa de se sentir estrangeiro junto a sua nova família, começa a formar seus próprios conceitos sobre o que vê e o que lhe é dito. Ele não quer ser um nazista. E então assume um risco – o mais perigoso que poderia escolher na Berlim de 1942. Vencedor de seis prêmios e finalista de outros dezesseis, este romance de Paul Dowswell parte de uma pesquisa meticulosa para uma narrativa cheia de reviravoltas, trazendo à tona um ângulo diferente dos horrores da Alemanha nazista.


O livro conta a história de Piotr, um garoto que vivia com seus pais em uma fazenda na Polônia, até que os nazista invadem a Polônia e seus pais são assassinados.
Após ficar órfão, Piotr foi levado a um orfanato, mas foi classificado como um exemplo de raça pura por seus traços, então foi levado para Berlim para viver com uma família nazista. Além ter os pais assassinados por nazista, agora Piotr teria que viver entre eles.
"Havia dois homens juntos do carro, olhando para o interior. Piotr os conhecia. Eram dois empregados de seu pai. Logo que o viram, gesticularam para que ele se afastasse. Piotr os ignorou e correu em sua direção .”
Este livro é diferente de tudo o que já vi sobre a guerra, ele mostra o dia a dia das famílias na Alemanha e como elas se relacionavam. O mais triste foi ver como as crianças eram preparadas desde a infância para guerra, aprendendo a trazer tanto ódio dentro de si. Eram ensinadas a denunciar até os próprios pais a Gestapo, caso os mesmos fossem contra Hitler, seu Führer.
E Piotr (Peter) viveu tudo aquilo, frequentando a escola onde os livros eram feitos de modo que fossem de acordo com o nazismo e participou também da Hitler-Jugend (juventude hitlerista) uma instituição de treinamento para jovens e futuros nazistas. Piotr se sentia culpado, pois em alguns momentos ele gostava de estar ali, pois tinha um lar, mas não aceitava o que acontecia.
Então Piotr conhece Anna e sua família, boas pessoas que ajudavam os judeus escondidos, levando comida e encontrando abrigos. Piotr decide se juntar a eles e, mesmo sabendo do perigo, pois se fossem descobertos seriam entregues a Gestapo e executados. Mas Piotr se sentia em família, aquele era seu lugar, e ele precisava ajudar aquelas pessoas.
“Peter veio ajudar . Enquanto afastava os tijolos, o menino morto pareceu perturbadoramente familiar. Sua cabeça estava raspada e era terrivelmente magro, de rosto esquelético, e usava um casaco surrado e rasgado que mostrava as costelas destacadas sob a pele de um branco doentio. Era Wladek.”
Uma lição de amor ao próximo, é o que esta história traz, apesar de tudo o que já ouvi e vi a respeito, este livro me emocionou e me fez pensar muito, no sofrimento de judeus que foram torturados, executados e submetidos a experiências, mas também em relação as pessoas que muitas vezes queriam ajudar mas estavam de mãos atadas por correrem o risco de serem denunciadas pela própria família.
“Elsbeth se aproximou, sentou-se do seu lado e pôs a mão sobre seu braço.
– Obrigada, Peter - disse ela – Por me ouvir. Eu precisava falar com alguém. Alguém que não me entregasse . Que não me repreendesse por ser fraca. Às vezes eu preferia ter morrido no lugar deles.”
O livro físico é muito bonito, com uma capa que retrata a história, páginas amarelas e letras em tamanho confortável para a leitura. A narrativa em terceira pessoa deixa o leitor ávido para saber mais, cada detalhe é emocionante e nós nos sentimos dentro do livro, junto com o personagem!
Recomendo a leitura e espero que vocês gostem, aproveitem cada página e reflitam assim como eu pude refletir.
“Enquanto caminhava até a arquibancada para encontrar os Kaltenbach, ele esperava ser capaz de viver segundo esse ideal. Eles o cumprimentaram com abraços carinhosos, até Frau Kaltenbach.”








Avaliação: 


Sobre o autor: 






Paul Dowswell é um escritor britânico de não-ficção e ficção, que escreve principalmente para crianças e jovens adultos. Ele escreveu mais de 60 livros, principalmente com a história como tema, mas também sobre geografia, história natural e ciência







3 comentários:

  1. Não conhecia esse livro ainda, mas super quero ler! Ele deve ser incrivel, imagino como essa epoca foi dificil e nunca imaginei um livro retratando a época com essa visão. Adorei "A menina que roubava livros", acho que vou gostar desse também. Beijos.

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  2. Fique interessada em ler, gosto de livros que retratam esse período e parece ser diferente. Gostei do personagem por ter sua opinião própria e querer ajudar os judeus e não se considerar um nazista. Deve ser uma historia emocionante, achei legal mostrar o lado das famílias que queriam ajudar, mas não podiam, serem traídos pela própria família é muito cruel.

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  3. Bel!
    Bom ver uma inovação sobre as histórias de Hitler e a segunda guerra, mostrando que as crianças são criadas para serem soldados na guerra.
    Como gosto muito do tema, gostaria de ler.
    “Preferi sempre a loucura das paixões à sabedoria da indiferença.” (Anatole France)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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